sexta-feira, junho 29, 2007

Porque às vezes precisamos de luz...

Ilumina-me

(Pedro Abrunhosa)



Gosto de ti como quem gosta do sábado,

Gosto de ti como quem abraça o fogo,

Gosto de ti como quem vence o espaço,

Como quem abre o regaço,

Como quem salta o vazio,

Um barco aporta no rio,

Um homem morre no esforço,

Sete colinas no dorso

E uma cidade p’ra mim.



Gosto de ti como quem mata o degredo,

Gosto de ti como quem finta o futuro,

Gosto de ti como quem diz não ter medo,

Como quem mente em segredo,

Como quem baila na estrada,

Vestido feito de nada,

As mãos fartas do corpo,

Um beijo louco no porto

E uma cidade p’ra ti.



Enquanto não há amanhã,

Ilumina-me, Ilumina-me.

Enquanto não há amanhã,

Ilumina-me, Ilumina-me.



Gosto de ti como uma estrela no dia,

Gosto de ti quando uma nuvem começa,

Gosto de ti quando o teu corpo pedia,

Quando nas mãos me ardia,

Como silêncio na guerra,

Beijos de luz e de terra,

E num passado imperfeito,

Um fogo farto no peito

E um mundo longe de nós.



Enquanto não há amanhã,

Ilumina-me, Ilumina-me.

Enquanto não há amanhã,

Ilumina-me, Ilumina-me.

quinta-feira, junho 14, 2007

Elogio

Ao meu amigo Zé (quita)

É uma simples palavra, um simples sorriso, uma simples acção.
É como uma rosa branca que se recebe quando menos se espera.
É uma surpresa profunda.
É único. E é escasso.
Como o tempo.
Que passa e não volta.
Mas é bom.
E quando vem, é eterno e intemporal.
Um agradecimento profundo a ti. Serás sempre benvindo.

segunda-feira, junho 11, 2007

Há uma música do povo

Há uma musica do Povo,
Nem sei dizer se é um Fado
Que ouvindo-a há um ritmo novo
No ser que tenho guardado…

Ouvindo-a sou quem seria
Se desejar fosse ser…
É uma simples melodia
Das que se aprendem a viver…

Mas é tão consoladora
A vaga e triste canção…
Que a minha alma já não chora
Nem eu tenho coração…

Sou uma emoção estrangeira,
Um erro de sonho ido…
Canto de qualquer maneira
E acabo com um sentido!

Nunca fui grande fã de fado. Mas este supera qualquer sentimento.
Tenho pena de não poder dar-vos o som. Mas é sublime.
Poema de Fernando Pessoa e voz de Mariza.

sábado, junho 09, 2007

Tu


Hoje sonhei contigo.

Foi real como um sono profundo.

Como se não vivesses no outro mundo

E me desses na tua face

A calma de um doce abrigo.

Eras tu, estou certa de que eras tu.