segunda-feira, janeiro 28, 2008

Não me deixes sozinha


Ando triste.

Cheguei a casa na passada sexta-feira e o meu "pequeno Leo" como sempre lhe chamo, olhava-me do lado de dentro da porta.

Sorri imediatamente. Uma alegria incondicional apoderou-se de mim. Mas a duração foi tão escassa e tão fina que, por momentos, tenho a certeza que o meu coração parou.

No dia anterior tinha-o achado doente. Parti com tristeza porque sentia-o a sofrer e sem capacidade de se queixar.

O que mais dói quando nos apaixonamos por um animal é vê-lo sofrer. Principalmente porque são tão nossos amigos, tão companheiros que, quando ficam doentes, não são capazes de se queixar.

Nos olhos dele via lágrimas e tristeza.

Apetecia-me chorar, mas dizem-me que eles precisam da nossa força.

Na semana anterior, devido ao enorme coração do meu namorado, vivi um dos episódios mais marcantes de toda a minha vida. E foi com um animal. O pequeno cão agoniava no meio da estrada. O Daniel pegou nele e levou-o ao veterinário. Não havia nada a fazer. O sofrimento era demasiado para lutar pela vida dele.

Paguei. E ele morreu.


Só te peço, meu Leo:

Não me deixes sozinha.

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Ver com os olhos do Coração


Trabalhar no Audiência tem-me aberto muitas portas. Principalmente as portas da imaginação.

Porque pensar faz-nos crescer, mesmo que por vezes só sirva para complicar.

Ontem foi a vez de me fazer pensar em tudo o que Saint-Exupéry foi capaz de condensar num livro que cabe na palma da mão.

"O Principezinho" é tão simples, tão pequeno, tão fugaz que se "lê" numa hora, ou talvez menos.

Mas será que uma vida inteira serve para compreender a profundidade de tal lição?

Mais uma vez os meus parabéns ao senhor La Feria.

Assistir ao Principezinho de La Feria é aprender a ver a vida com os olhos do coração, nem que seja apenas durante os 45 minutos em que a ilusão ainda dura.

terça-feira, janeiro 15, 2008

Há muito que não escrevo.... aqui

Há dias perguntou-me o meu pai: "Tens actualizado o teu blogue?"
A resposta foi penosa.
És um espaço onde desabafo, onde dou aso à minha imaginação, onde escrevo aquilo que quero e até aquilo que não posso.
A vida deu-me espaços. Deu-me liberdade. Mas uma liberdade condicional.
Vivo para escrever e a escrita é o meu dia-a-dia, a minha linguagem-mãe.
É a escrever que comunico ao mundo aquilo que vejo. Aquilo que quero que os outros vejam à minha maneira. A escrita é a minha forma de impôr ao mundo a forma como quero que eles o vejam.
E quando escrevo, mando.
Quando escrevo sou soberana, mesmo que lá no fundo queira que me ignorem, que me anulem à minha pequena ignorância, ao meu não saber, à minha pequenez.
No fundo sou pequena. Mas na escrita encontro o altar onde acho que me posso elevar.
Mesmo que em momentos de lucidez tenha noção de que não sou aquilo que quero ser, de que não sei aquilo que quero ser, de que não...

"Não pai. Não escrevo há muito tempo. Prefiro escrever num jornal onde, pelo menos, tenho a certeza de que alguém me lê. Nem que seja apenas o editor".