terça-feira, novembro 18, 2008

Na Segunda Pessoa

Quantas vezes é que nos vemos em segunda pessoa?

Tens frio na noite e medo do escuro
Não saltas aflito de cima do muro
Tens medo e coragem, não sabes ao certo
No meio do nada há um lugar incerto
Avanças, recuas, dás mais um palpite
A incerteza abre-te o apetite
Não fiques parado no meio da estrada
Apanha boleia para qualquer morada
Abre uma janela deixa a luz entrar
Talvez haja alguém que te possa encontrar
Acordas devagar para não te assustares
As coisas nem sempre estão nos seus lugares
Tens uma desculpa uma frase batida
Improvisas um sonho à tua medida
Reages contido ao teu coração
Pois cabe-te tudo na palma da mão
Não fiques parado no meio da estrada
Apanha boleia para qualquer morada
Abre uma janela deixa a luz entrar
Talvez haja alguém que te possa encontrar

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quarta-feira, novembro 05, 2008

Sonhos

Ontem fui ver, pela segunda vez, o espectáculo do La Féria "Um Violino no Telhado". De cada vez que experimento entrar naquela sala e ver toda aquela magia, cada vez tenho mais certeza de que a minha vida não vive sem música.
Frequentei a Academia de Música de Vilar do Paraíso (AMVP) durante 11 anos. Confesso que não me dava muito bem com aquele ambiente. Até admito que cheguei a pensar desistir porque não mantinha muitas relações sociais lá dentro. De certo modo nunca cheguei a perceber bem o porquê. Nunca tive qualquer dificuldade de relacionamento, sempre me entendi bem com todo o tipo de pessoas. Mas lá, vivia uma espécie de solidão que me perturbava e que me roubava, muitas vezes, a vontade de lá entrar.
Mas, no fundo, sabia que algo mais forte do que eu me fazia lá andar.
De cada vez que vejo os espectáculos do La Feria e neles reconheço uma e outra cara que frequentaram a AMVP aquando a mim sinto tristeza por nunca ter encaminhado a minha vida nesse sentido.
Um dia hei-de vingar-me na música por todas as tristezas que o jornalismo me vai dando. Prometi a mim mesma que hei-de concluir o curso, fazer as três disciplinas que me faltam e entrar numa classe de canto.
Nunca é tarde para seguirmos os nossos sonhos.
E sabem quando sabemos que são esses os nossos sonhos? Quando a emoção é tanta que quase nos sufoca ao pensarmos neles.