sexta-feira, janeiro 19, 2007

Momentos para Esquecer ou talvez não!

Já vos disse que a minha entrega à música é plena, que a música é o óleo que faz mover as minhas engrenagens quando estas se emperram?
Pois bem...
Foi anteontem, quando na tentativa de me fazer o mais prestável possível, me ofereci para ir buscar o meu irmão às explicações de Matemática.
Os minutos passavam e eu sentada dentro do carro, numa inclinação medonha, a pensar em tudo: na minha vida nos últimos tempos, na monotonia dos dias que se iam seguindo, sempre a estudar, sempre a levantar à mesma hora, sempre a desejar que chegue ao fim a interminável época de exames... Mas especialmente a arranjar uma alternativa de tirar o carro daquela maldita subida, sem que o deixasse descair e sem que rebentasse com o motor. Pobre carrinho do meu avô e pobre de mim que odeio subidas!
Uma hora passou e eu perdida em pensamentos. A minha única companhia era o rádio que alternava de frequência mais rapdiamente do que eu saltava de pensamento em pensamento, sem que encontrasse uma música digna de ser banda sonora daquele momento (que deveria ter sido) inexistente. Foi já depois de muitos sofridos minutos que veio a música que tornou todo aquele momento numa melodia alegre e divertida: ela é linda e ele é o Jack Johnson.
Aquilo que ele canta é aquilo que nós imaginamos poder escrever, e até mesmo desenhar. Pena eu não ter jeito para o desenho, porque se tivesse, era um quadro assim que pintava:



I want to be where the talk of the town
Is about last night when the sun went down
And the trees all dance
And the warm wind blows in that same old sound
And the water below gives a gift to the sky
And the clouds give back every time they cry
And make the grass grow green beneath my toes
And if the sun comes out
I'll paint a picture all about
The colors I've been dreaming of
The hours just don't seem enough
To put it all together
Maybe it's as strange as it seems
And the trouble I find is that the trouble finds me
It's a part of my mind it begins with a dream
And a feeling I get when I look and I see
That this world is a puzzle,
I'll find all of the pieces
And put it all together, and then I'll rearrange it
I'll follow it forever
Always be as strange as it seems
Nobody ever told me not to try
And the water below gives a gift to the sky
And the clouds give back every time they cry
And make the grass grow green beneath my toes
And if the sun comes out
I'm going to paint a picture all about
The colors I've been dreaming of
The hours just don't seem enough
To put it all together
Always be as strange as it seems

Ah! E mais meia hora se passou até que saí deste ambiente natural e me fui enfiar na sala das explicações a ouvir um sermão que deveria transmitir fielmente aos meus pais.
Ainda bem que "fugi" à Matemática no 10º ano!
E ainda bem que o meu instrutor insistiu comigo no ponto de embraiagem. Caso contrário ainda agora estaria naquela subida, com o carro engatado a chamar pelo reboque e a desejar nunca ter saído de casa e nunca ter ouvido o Jack Johnson.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Coincidência Gelada

Há dias assim, estranhos por natureza.
Ontem foi um deles.
Numa das pausas do meu terrível e inquietante estudo resolvi visitar o universo da blogosfera. No da Nia poderão comprovar o quão estranha foi a coincidência com que me deparei.
São estes momentos que nos deixam a pensar. Coisas pequenas, aparentemente insignificantes, que param o tempo num segundo e nos fazem esquecer o resto.
Foi isso que me aconteceu quando revivi o momento de segunda-feira passada, assim que a Nia me fez recordar o diálogo que se gerou em torno daquele magnífico trabalho.
Estado de transe. Foi assim que fiquei ontem ao confrontar a grande coincidência! Quando vi o documentário, lembro-me de ter admirado, mas provavelmente não teria pensado mais nele, se o meu pai não tivesse comentado e dado início a um debate em torno dele. Mesmo assim, com tanta coisa para pensar, jamais voltaria a recordar-me desse trabalho se não tivesse visitado o Blog da Nia e gelado de espanto.
Enfim... Teria sido um momento perfeito, se todo o gelo não se tivesse quebrado quando a minha mãe abriu a porta e me deu a pior notícia dos últimos tempos.

Apesar da beleza inigualável do documentário, acreditem que as coisas más suplantam as boas, mesmo que tentemos impedir.

Ontem foi um dia mau por muitas razões. Muitas lágrimas estão ainda por jorrar. Penso que o gelo que senti com a coincidência com que me brindaram ainda não quebrou por completo.

Tenho medo. Muito medo que quando quebrar, não hajam braços que me consigam segurar.