terça-feira, março 22, 2011

Não vale nada

É como acordar a meio da noite, levar a mão aos caracóis do cabelo suados pela dor e perceber que tudo não passou de um sonho mau.
É como imaginar que a vida é boa demais para ser sofrida e chorada e finalmente perceber que afinal eu é que sou fraca demais para a aguentar.
É como querer que a mentira não exista e ao mesmo tempo vê-la suplantar a verdade, é como imaginar que tudo um dia pode mudar vê-lo a não mudar, é como acreditar que quando pensamos que o buraco é fundo demais para lá cairmos, já estamos tão afundados que não nos conseguimos encontrar.
É como crer que a palavra não vale nada e que só a atitude pode magoar. É como pensar que a amizade é o bem mais precioso que podemos encontrar e, ao mesmo tempo, no meio de um sonho que só é mau porque nunca soubemos o que é bom, percebermos que nada no mundo é só nosso, nada no mundo é nosso fiel, nada no mundo é tão próximo de nós como apenas nós mesmos.
Ainda bem que existem sonhos maus para nos lembrarem que nem a dor de cortar o cabelo contra a nossa vontade é tão forte como a de não saber o que é o bem.
Mais vale sonhar. Acreditar e dormir. Porque a vida lá fora, aquela que nos criaram e obrigaram a viver, a mesma em que nos cortam o cabelo sem permitirmos, essa, não vale nada.