segunda-feira, agosto 02, 2010

Coragem


Não se ganha nem se perde.

Tem-se. E pronto.

E quando se tem, há um ego cá dentro que cresce e aumenta como um balão. Sobe e rebenta e é grande. Sem dores nem sacrifícios. Sem gritos nem tormentos. Só porque existe. E porque quando existe quase nunca é ténue.

Depois, se não a há, é como que uma ponte suspensa feita de corda e madeira. Onde há buracos e farpas, frinchas abertas por onde se vê o infinito. O infinito no qual se pode cair se, por um momento, se corre o risco.

Pois é. É que quando ela existe, não se correm riscos. Arrisca-se e nunca se perde. Porque ela é grande e forte e imbatível.

Quando existe.

Só me resta atravessar a ponte suspensa e rezar (se é que ainda o sei fazer) para não colocar o pé em falso.

Imagem: aqui

domingo, agosto 01, 2010

Incongruências

Não gosto de dias escuros, cinzentos e sombrios
Porque cá dentro a alma entristece, fica doente e sente calafrios
Não gosto de pedras de gelo em toalhas quentes
Nem de areia da praia em gelados ardentes
Porque o sal é forte quando o doce é sentido
E o negro é quase cego quando o branco é sofrido.
Tudo na vida tem os seus bons e maus
Mas o mau é quase irrespirável quando o bom é tão querido.