Se a perfeição tivesse sabor, seria agri-doce como trago de comida chinesa. Saberia a mel e amêndoas doces, a gelado de limão regado a chocolate bem quente.
Se a perfeição falasse, diria palavras de sol e de lua, gritaria frases mudas de loucura, pediria aos deuses para não se esfumar nas nuvens de algodão que o céu criou.
Se a perfeição fosse mulher, teria cabelos de mar, pele de criança recém-nascida e aroma de rosas brancas.
Se a perfeição soubesse cantar, teria voz de soneto de Bach, violinos afinados por Mozart, sinfonias de anjos a encher o ouvido cansado.
Se a perfeição pudesse falar, diria que eram horas de acordar, que o dia estava azul, a chuva havia partido para um lugar bem longe da minha mente e o sol raiava agora sim e para sempre.
Se a perfeição, de facto, existisse, seria minha e só minha, viveria aqui onde os campos são verdes, os universos profundos e os sonhos maiores do que o mundo.
Se a perfeição vivesse, seria boa como o som do amanhã que nunca há-de chegar.
terça-feira, novembro 09, 2010
terça-feira, novembro 02, 2010
Anulei-me
Passei a viver por ti.
Como se tivesses partido para longe e deixado comigo o teu coração.
Passei a sentir por ti.
Como se a dor fosse minha e a luta e a batalha eu as trilhasse sozinha.
Passei a lutar por ti.
Como se a vitória fosse a minha única ambição e o sabor de vencer a minha única solução.
Agora que não lutas, não batalhas e não vês futuro, que parte de mim irá sorrir?
Como se tivesses partido para longe e deixado comigo o teu coração.
Passei a sentir por ti.
Como se a dor fosse minha e a luta e a batalha eu as trilhasse sozinha.
Passei a lutar por ti.
Como se a vitória fosse a minha única ambição e o sabor de vencer a minha única solução.
Agora que não lutas, não batalhas e não vês futuro, que parte de mim irá sorrir?