doce como um gelado no verão, chegas e apoderas-te de uma existência que não é tua nem minha. que me deram. como quem dá rosas em dias de chuva.
depois ficas. e amadureces. como quem rega árvores de fruto e de frutas que não crescem, não são vermelhas e não têm açúcar.
vais estando, ocupando os dias e as noites. e quando já nem te quero, já és mais do que real. és minha. és vida.
impertinente e inconveniente. estás. vestes de manto branco cintilante as horas do dia que não quero viver e apagas com borracha branca e sem mancha os amargos e os intragáveis que não quero comer.
adoro-te e venero-te no fim. como se Deusa fosses, como se real te achasse. e quando te faço minha, te deito na minha cama e te dou a minha vida, és cruel e maliciosa. sais pela porta que fechei, com a chave que não te dei e pelo caminho que não te tracei.
vais embora. comigo só o rasto e a sensação. tomara que não fosses uma só e dura ilusão.