Saber que tudo pode mudar, como um raio de sol, como um flash tardio, como uma brisa de vento repentina.
Saber que tudo pode ser tudo, como um sonho realizado, como um sonho há muito adiado, como uma parede fina... que cai.
Saber que amanhã pode ser o futuro, e o hoje deixar de existir, saber que posso quebrar o muro e começar a progredir.
Saber que em segundos a vida pode dar a volta, apagar a minha revolta e voltar a fazer-me acreditar.
É bom demais para ser real, é uma ansiedade colossal, que prefiro não ansiar.
Por isso, em laivos de lucidez, passo da esperança ao sofrimento.
A ansiedade, que sinto de quando em vez, passa a estar aqui a todo o momento.
E o dia é sôfrego de quereres, é pequeno para os deveres, é curto e tão extenso
Que de repente se transforma em infinito, levando-me ao limite da exaustão, e a perder-me no firmamento.
Quero. Mais do que muito. E mais do que tudo.
Mas preciso de crer, e a crença é um grande e barulhento grito mudo.
quarta-feira, novembro 27, 2013
segunda-feira, outubro 21, 2013
Guardo a tua vida
Guardo a tua vida na minha bolsa, na minha cabeça, no meu coração.
Guardo como se fosse minha, como se fosse nossa, como se fosse uma canção.
Guardo-a como a esperança, que acalento todos os dias, que alimento sem me cansar,
Guardo, enfim, com confiança, como quem não tem medo de se deixar atraiçoar.
Depois, tu vens com frieza, e pedes-me a vida que um dia guardei
E eu, sem ter a certeza, acabo por dar-ta, por entregar-ta, como se fosses meu rei
Cá dentro fico vazia, temo o nosso futuro, mas nunca me lamento
Fico para aqui prostrada, desejando a alegria de um novo momento.
Tu segues a tua, como se fosse só tua, a vida que criaste
E eu fico para aqui deitada, como se não se passasse nada, presa por um guindaste.
Sei que és dono e senhor, dominas e fazes o nosso futuro
Sei que nada posso prever, porque és tu que constróis o nosso pequeno muro
Sei que se um dia for como eu quero, será por suor, será por exaustão
Será porque nunca falei, nunca te confessei o que realmente sente este meu coração.
Guardo como se fosse minha, como se fosse nossa, como se fosse uma canção.
Guardo-a como a esperança, que acalento todos os dias, que alimento sem me cansar,
Guardo, enfim, com confiança, como quem não tem medo de se deixar atraiçoar.
Depois, tu vens com frieza, e pedes-me a vida que um dia guardei
E eu, sem ter a certeza, acabo por dar-ta, por entregar-ta, como se fosses meu rei
Cá dentro fico vazia, temo o nosso futuro, mas nunca me lamento
Fico para aqui prostrada, desejando a alegria de um novo momento.
Tu segues a tua, como se fosse só tua, a vida que criaste
E eu fico para aqui deitada, como se não se passasse nada, presa por um guindaste.
Sei que és dono e senhor, dominas e fazes o nosso futuro
Sei que nada posso prever, porque és tu que constróis o nosso pequeno muro
Sei que se um dia for como eu quero, será por suor, será por exaustão
Será porque nunca falei, nunca te confessei o que realmente sente este meu coração.
terça-feira, julho 30, 2013
Ir e voltar
Lá ao longe, por entre o aroma intenso da linha do comboio, que não sei a que cheira, mas que cheira como nada mais, vejo-te voltar.
Nas costas trazes verde, de esperança, de liberdade, de força que tens e que eu só sei invejar. Nada mais senão invejar.
Quero que voltes e vejo-te voltar. Mas quando chegas trazes o mundo e eu não o quero suportar.
Depois partes de novo, e voltas, e partes e voltas como se nada mais fizesses senão ir e voltar.
Nas costas trazes verde, de esperança, de liberdade, de força que tens e que eu só sei invejar. Nada mais senão invejar.
Quero que voltes e vejo-te voltar. Mas quando chegas trazes o mundo e eu não o quero suportar.
Depois partes de novo, e voltas, e partes e voltas como se nada mais fizesses senão ir e voltar.
Lutar pelos meus sonhos
Vou e venho numa maré de águas turvas, num monte de folhas mudas, que alguém se esqueceu de apanhar.
Vou e venho, numa rotina de engrenagens perras, num rodopio de viagens negras, onde nunca quis ingressar.
Vou e venho, escapando escassa ao vento, fugindo de qualquer tormento, mas sempre com vontade de voltar.
Vou e venho, e vou, e venho, como se ir e vir fossem palavras esquecidas, que alguém se esqueceu de apagar.
E fico, num limbo de fumo verde, afogada em medos e desalentos, com vontade de voltar
E parto, com as costas carregadas de prantos, as mãos inteiras de espantos, como se não pudesse ficar
Então olho, e atrás de mim uma vida perdida, uma nuvem inteira de vida, um espraio de caminhos medonhos
E continuo, porque nada me vai impedir, nada me vai demitir de lutar pelos meus sonhos.
Vou e venho, numa rotina de engrenagens perras, num rodopio de viagens negras, onde nunca quis ingressar.
Vou e venho, escapando escassa ao vento, fugindo de qualquer tormento, mas sempre com vontade de voltar.
Vou e venho, e vou, e venho, como se ir e vir fossem palavras esquecidas, que alguém se esqueceu de apagar.
E fico, num limbo de fumo verde, afogada em medos e desalentos, com vontade de voltar
E parto, com as costas carregadas de prantos, as mãos inteiras de espantos, como se não pudesse ficar
Então olho, e atrás de mim uma vida perdida, uma nuvem inteira de vida, um espraio de caminhos medonhos
E continuo, porque nada me vai impedir, nada me vai demitir de lutar pelos meus sonhos.
terça-feira, abril 30, 2013
Escolhi a dor
Escolhi a dor. Como quem não tem outro caminho, como quem não sabe andar sozinho, como quem não conhece o sentimento.
E escolhi a dor. Como uma mágoa guardada, uma promessa quebrada, que me marca a alma a todo o momento.
Escolhi a dor, em busca de um reconforto, de um passado morto que a minha fé nao abalou.
E a dor vai-me marcar, vai-me para sempre acompanhar como uma chaga que não fechou.
E escolhi a dor. Como uma mágoa guardada, uma promessa quebrada, que me marca a alma a todo o momento.
Escolhi a dor, em busca de um reconforto, de um passado morto que a minha fé nao abalou.
E a dor vai-me marcar, vai-me para sempre acompanhar como uma chaga que não fechou.
terça-feira, março 19, 2013
Quero que isto dure para sempre
Há vozes tenras e gritos fortes.
Há mãos pequenas e olhares entusiastas.
Há cor, há magia, há infância e fantasia.
Música. Multidão. E uma alegria enorme no coração.
Todos cantam. Alguns dançam até.
E eu, sem refletir, também me ponho de pé.
Os sons atropelam-se numa amálgama de luz e cor.
As vozes elevam-se e giram em meu redor.
Embriagada de emoções mexo-me sem nunca parar
Até que tudo chega ao fim, e cada um volta ao seu lugar.
No regresso, com as lágrimas a cair
O Rodrigo não quer ir embora. O Rodrigo não quer sair.
"Quero que isto dure para sempre".
Também, Rodrigo. Também eu.
segunda-feira, novembro 19, 2012
Juro, prometo
Tenho cá dentro um vazio tão grande e tão fundo
Que é quase tão denso como um rio, tão largo como o mundo.
Tenho na alma uma dor que é tão fria e tão crua
Que lágrimas o meu olho não cria, não arranco os olhos da rua.
Tenho no peito uma tristeza, tenho no coração uma falta
Tenho a minha força sobre a mesa, tenho a minha coragem fora da ribalta.
Se um dia voltares para mim e souberes como preencher esta cratera
Juro, prometo que vai ser o fim, e nada, nunca mais será aquilo que era.
(Lolita, 10/11/2012)
Que é quase tão denso como um rio, tão largo como o mundo.
Tenho na alma uma dor que é tão fria e tão crua
Que lágrimas o meu olho não cria, não arranco os olhos da rua.
Tenho no peito uma tristeza, tenho no coração uma falta
Tenho a minha força sobre a mesa, tenho a minha coragem fora da ribalta.
Se um dia voltares para mim e souberes como preencher esta cratera
Juro, prometo que vai ser o fim, e nada, nunca mais será aquilo que era.
(Lolita, 10/11/2012)
quarta-feira, outubro 17, 2012
apaixonar
gosto de me apaixonar. todos os dias por ti. como se fosses sempre outro, sempre novo, sempre o primeiro.
gosto de te descobrir sempre demais. sempre mais. sempre ainda mais.
como se fosses de pedra e eu te soubesse limar. como se fosses de gelo e eu te soubesse esgrimar.
gosto de te encontrar como se fosse a primeira vez. de te abraçar como se lá fora o mundo não existisse e por fim te abandonar, te deixar ir, como se nada te prendesse, como se nada nos unisse, como se nada existisse.
e vais. nas costas levas o mundo inteiro, os sonhos que construíste. os que eu construí contigo. as ambições que crias cada dia, cada vez mais, que são grandes e pesadas, maiores do que as tuas mãos, enormes que nem a tua vida. grandes demais penso eu.
na alma não sei o que levas. não sei sequer se me levas. mas um dia gostava de descobrir.
eu fico, a ver-te partir. com um sorriso que finge e um nó na laringe. com uma esperança que não tens e que perco ao ver-te fugir. com o nosso futuro nas mãos, que se esvai ao olhar-te, ao ver-te ir.
e depois sei que te amo. sempre mais. sempre forte. como no primeiro dia. como da primeira vez.
porque quando voltas, o olhar distante, as conversas pesadas e os sonhos perdidos, gosto de me voltar a apaixonar. pelo teu lado escuro. o teu pensamento inseguro. e pela tua vontade de não regressar.
gosto de te descobrir sempre demais. sempre mais. sempre ainda mais.
como se fosses de pedra e eu te soubesse limar. como se fosses de gelo e eu te soubesse esgrimar.
gosto de te encontrar como se fosse a primeira vez. de te abraçar como se lá fora o mundo não existisse e por fim te abandonar, te deixar ir, como se nada te prendesse, como se nada nos unisse, como se nada existisse.
e vais. nas costas levas o mundo inteiro, os sonhos que construíste. os que eu construí contigo. as ambições que crias cada dia, cada vez mais, que são grandes e pesadas, maiores do que as tuas mãos, enormes que nem a tua vida. grandes demais penso eu.
na alma não sei o que levas. não sei sequer se me levas. mas um dia gostava de descobrir.
eu fico, a ver-te partir. com um sorriso que finge e um nó na laringe. com uma esperança que não tens e que perco ao ver-te fugir. com o nosso futuro nas mãos, que se esvai ao olhar-te, ao ver-te ir.
e depois sei que te amo. sempre mais. sempre forte. como no primeiro dia. como da primeira vez.
porque quando voltas, o olhar distante, as conversas pesadas e os sonhos perdidos, gosto de me voltar a apaixonar. pelo teu lado escuro. o teu pensamento inseguro. e pela tua vontade de não regressar.