Saber que tudo pode mudar, como um raio de sol, como um flash tardio, como uma brisa de vento repentina.
Saber que tudo pode ser tudo, como um sonho realizado, como um sonho há muito adiado, como uma parede fina... que cai.
Saber que amanhã pode ser o futuro, e o hoje deixar de existir, saber que posso quebrar o muro e começar a progredir.
Saber que em segundos a vida pode dar a volta, apagar a minha revolta e voltar a fazer-me acreditar.
É bom demais para ser real, é uma ansiedade colossal, que prefiro não ansiar.
Por isso, em laivos de lucidez, passo da esperança ao sofrimento.
A ansiedade, que sinto de quando em vez, passa a estar aqui a todo o momento.
E o dia é sôfrego de quereres, é pequeno para os deveres, é curto e tão extenso
Que de repente se transforma em infinito, levando-me ao limite da exaustão, e a perder-me no firmamento.
Quero. Mais do que muito. E mais do que tudo.
Mas preciso de crer, e a crença é um grande e barulhento grito mudo.
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