Há outros, porém, que deixam de o ser porque abrem o seu coração para nós e nós abrimos o nosso ao deles, numa fusão de harmonia que nos soa... estranha!
Acredito que as almas vivem e se reencontram ao longo do tempo com aquelas que lhes são compatíveis. Podem passar anos, séculos ou até mais, quem sabe. Mas existem pequenos sinais no nosso dia-a-dia aos quais, se estivermos receptíveis, compreendemos que são indícios de que aquele ser, algum dia, conviveu com o nosso.
Isso aconteceu-me um destes dias em que, numa viagem como tantas outras, num dia como tantos outros, mais uma vez o comboio teve uma história para contar.
Havia alguém que deixou de ser estranho. Que nasceu para pertencer, não direi à minha vida, mas à minha experiência. E alguém o colocou no meu caminho para me ensinar. A crescer, a ver para além dos olhos dos outros, a ser mais receptiva e menos desconfiada.
E no momento em que formos capazes de ver que há tanta na gente no mundo que até pode ser igual a nós, mesmo que pensemos que não... Então aí seremos autênticos e capazes de comprovar que, ao contrário do que pensamos, a vida pode não ser um lugar estranho.