quarta-feira, julho 25, 2007
Livre
Houve amarras que me prenderam ao chão.
Houve vozes que me gritavam e chamaram à razão.
Houve dor, sofrimento e desespero.
Houve falta de compreensão, arrependimento e medo.
Houve "porquês", houve "sims" e "nãos".
Houve aquilo que pensamos que é positivo, e houve o reverso da medalha...
O negativo.
É sempre o negativo que nos faz perder a fé.
É o negativo que nos rouba a esperança.
É o negativo que nos faz perguntar.
Bateram à porta. Fui abrir.
Veio o sol, a alvorada, uma leve brisa.
Por vezes veio também a esperança e uma pequena alegria.
Uma amálgama de emoções e sentimentos confusos.
Era tempo para lutar. Lutar e seguir em frente.
Mas seguir rumo a quê? - perguntei-me.
Lutar em vão é o pior sentimento que podemos sentir.
Olhar em redor e ver que todos conseguem e eu aqui sozinha, sempre sem conseguir.
Perdi a fé em mim, perdi a vontade de crer.
Agora que tudo passou, que uma nova vida está para vir,
Sinto-me livre e tudo o que quero é viver.
quinta-feira, julho 19, 2007
Porque às vezes precisamos de um Encosto...
Encosta-te a mim
(Jorge Palma)
Encosta-te a mim
Nós já vivemos cem mil anos
Encosta-te a mim
Talvez eu esteja a exagerar
Encosta-te a mim
Dá cabo dos teus desenganos
Não queiras ver quem eu não sou
Deixa-me chegar
Chegado da guerra
Fiz tudo para sobreviver
Em nome da terra
No fundo para te merecer
Recebe-me bem
Não desencantes os meus passos
Faz de mim o teu herói
Não quero adormecer
Tudo o que eu vi
Estou a partilhar contigo
O que não vivi
Hei-de inventar contigo
Sei que não sei,
Às vezes entender o teu olhar
Mas quero-te bem
Encosta-te a mim
Encosta-te a mim
Desatinamos tantas vezes
Vizinha de mim
Deixa ser meu o teu quintal
Recebe esta pomba
Que não está armadilhada
Foi comprada, foi roubada
Seja como for
Eu venho do nada
Porque arrasei o que não quis
Em nome da estrada
Onde só quero ser feliz
Enrosca-te a mim
Vai desarmar a flor queimada
Vai beijar o homem bomba
Quero adormecer
Tudo o que eu vi
Estou a partilhar contigo
E o que não vivi
Um dia hei-de inventar contigo
Sei que não sei
Às vezes entender o teu olhar
Mas quero-te bem
Encosta-te a mim
Encosta-te a mim
Quero-te bem...
Encosta-te a mim...
(Jorge Palma)
Encosta-te a mim
Nós já vivemos cem mil anos
Encosta-te a mim
Talvez eu esteja a exagerar
Encosta-te a mim
Dá cabo dos teus desenganos
Não queiras ver quem eu não sou
Deixa-me chegar
Chegado da guerra
Fiz tudo para sobreviver
Em nome da terra
No fundo para te merecer
Recebe-me bem
Não desencantes os meus passos
Faz de mim o teu herói
Não quero adormecer
Tudo o que eu vi
Estou a partilhar contigo
O que não vivi
Hei-de inventar contigo
Sei que não sei,
Às vezes entender o teu olhar
Mas quero-te bem
Encosta-te a mim
Encosta-te a mim
Desatinamos tantas vezes
Vizinha de mim
Deixa ser meu o teu quintal
Recebe esta pomba
Que não está armadilhada
Foi comprada, foi roubada
Seja como for
Eu venho do nada
Porque arrasei o que não quis
Em nome da estrada
Onde só quero ser feliz
Enrosca-te a mim
Vai desarmar a flor queimada
Vai beijar o homem bomba
Quero adormecer
Tudo o que eu vi
Estou a partilhar contigo
E o que não vivi
Um dia hei-de inventar contigo
Sei que não sei
Às vezes entender o teu olhar
Mas quero-te bem
Encosta-te a mim
Encosta-te a mim
Quero-te bem...
Encosta-te a mim...
terça-feira, julho 10, 2007
Balde de água fria
Há dias que são por natureza frios.
Mas não é um frio que se sente. É um frio que perfura e corrói. E magoa e faz chorar.
Um frio gelado. Que escorrega pelas costas abaixo e se renova a cada minuto.
Sentimo-nos gelados, desconfortados como quando éramos criança e passavamos férias na neve. Os dedos gelavam e chorávamos com a dores insuportáveis nas pontas dos dedos que já nem sentíamos.
O frio, às vezes, faz chorar.
Há quem lhe chame "balde de água". Para mim é só uma decepção. Mais uma desilusão. A sensação de subir alto, de ultrapassar a vertigem e de depois cair. Mas cair a alta velocidade, perfurar as vagas frias e deixar de sentir o corpo. Deixar de ver o mundo. Deixar de ver os outros.
Essencialmente deixar de ver os outros como pensávamos ver.
E quando, por fim, aterramos... O chão não é frio. O chão é como a água, inodoro, incolor e insípido. O chão é a água.
Que nos cai, lentamente, no coração.
E essa água é fria. E há um balde que cai no chão.