sexta-feira, julho 25, 2008

Deixar fluir os pensamentos

Ouvia ontem esta música enquanto os meus olhos se fecharam para um momento de aberrações pacíficas
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Deixar fluir os pensamentos...



Por detrás da consciência, por entre os olhos cansados, por entre as pálpebras cerradas e por entre a música calma...
Momento de paz, de asas de imaginação, de abstracção quase total, de quase tudo o que é quase mundano...
Pensar... deixar-se levar... entregar-se de corpo e alma a animais sem pernas, a homens em bicicletas gigantes...
Imagens que se atropelam por entre sonhos ilógicos, momentos desconexos, objectos irreais...
Cadências rítmicas e perfeitas, inconscientes mas constantes, desprendidas mas agarradas, superfíciais mas profundas...
Sonhar... meia acordada e meia adormecida, meia confusa e meia consciente...
Mas sonhar. Sonhar sem pensar que se sonha. Entregar-se sem dó nem vontade de permanecer preso.
Abstrair-se...
Deixar vir tudo o que não se quer, ver tudo o que não faz sentido.
Mas compreender que às vezes, o ilógico que reside cá dentro, o idiota que está perdido no àmago do inconsciente...
Também tem direito a existir.
Deixar fluir um pensamento irreal... Quantas vezes não o impedimos?

sexta-feira, julho 11, 2008

Ilusão?

Vou para o Público.
A resposta chegou tarde e atrasada.
Atrasada porque, como em quase tudo na vida, sou a última a saber.
Novidade.
Sou quase sempre a última a saber de tudo, não fosse a minha perspicácia suprema, a minha desconfiança de tudo.
Algo me dizia que já deveria ter sabido. Qual o meu espanto quando me dizem que a confirmação já me deveria ter sido dada há mais de duas semanas.
Espanto.
Bem, pelo menos, e quase que pela primeira vez na vida, a resposta não foi desilusória.
Consegui!
Já lutei tantas vezes por tanta coisa e perdi que, se perdesse desta, acho que já nem me doía.
Mas parece que lá ganhei...
Pelo menos acho que o meu pai ficou feliz.
Sim porque acho que ele nunca sonhou propriamente que eu fosse jornalista. "Mas já que és, pelo menos escreve para o Inimigo Público", disse-me com aquele sorriso que eu já conheço.
Já o conheço. Não sei se é bom ou mau. Mas conheço.
Confesso que a minha primeira opção de estágio foi a pensar nele. Porque sei que não sou aquilo que ele sonhou. Mas sinceramente também nunca soube o que é que ele sonhou para mim...
Advogada desempregada?
Bancária frustrada?
Estou certa que não.

Enfim. Vou para o Público.
Feliz? Acho que a minha maior felicidade foi poder dizer "entrei na primeira opção" pela primeira vez na vida.
Expectativas? Poucas. Como sempre. Sempre preferi surpreender-me. É o que sempre digo... corra como correr.. só não quero cair na lama...
Mas... pelo menos... vou esforçar-me por não desiludir o meu pai. Porque a mim, já não me iludo.