Tenho andado por aqui. Porque não há tempo para pensar em sentimentos, em desilusões, em monotonias e rotinas. Preferia que esse tempo nunca surgisse, que estes dias fossem sempre repletos de energia e ocupação. Mas não são.
Ontem senti-me um elemento da decoração. Um "mono", como chama a minha mãe àquelas coisas velhas que andam lá por casa e que já não têm utilidade nenhuma senão... ocupar espaço.
Acho que é isso que sou, às vezes, no Público.
Sabem porque é que dói?
Porque é só aqui que me sinto assim. Não estou habituada, é verdade. Em tudo, na vida, sinto ter alguma utilidade. Não estava preparada para passar ao lado das coisas úteis.