segunda-feira, abril 25, 2011

Nunca se perde o que nunca se teve

Por muito que o quisesse
E o sonhasse
Sabia que nunca o teria.
Porque não era realmente meu.
Por muito que o desejasse
E até que por ele lutasse
Sei agora que nunca me pertenceu.
Por muito que tenha nascido da incerteza
Que tenha passado a fazer parte da minha natureza
Alguém, que não eu, o possa ter feito seu.
Agora partiu, livre e distante
Vai ficar arrumado bem longe do alcance
Atrofiado longínquo num canto da estante
Para que não o olhe, não o recorde, não o faça meu
Por no fundo, no âmago da verdade, sei que nunca me pertenceu.

São assim os sonhos,
mesmo aqueles que queremos muito.


Foto: aqui