Tenho cá dentro um vazio tão grande e tão fundo
Que é quase tão denso como um rio, tão largo como o mundo.
Tenho na alma uma dor que é tão fria e tão crua
Que lágrimas o meu olho não cria, não arranco os olhos da rua.
Tenho no peito uma tristeza, tenho no coração uma falta
Tenho a minha força sobre a mesa, tenho a minha coragem fora da ribalta.
Se um dia voltares para mim e souberes como preencher esta cratera
Juro, prometo que vai ser o fim, e nada, nunca mais será aquilo que era.
(Lolita, 10/11/2012)
segunda-feira, novembro 19, 2012
quarta-feira, outubro 17, 2012
apaixonar
gosto de me apaixonar. todos os dias por ti. como se fosses sempre outro, sempre novo, sempre o primeiro.
gosto de te descobrir sempre demais. sempre mais. sempre ainda mais.
como se fosses de pedra e eu te soubesse limar. como se fosses de gelo e eu te soubesse esgrimar.
gosto de te encontrar como se fosse a primeira vez. de te abraçar como se lá fora o mundo não existisse e por fim te abandonar, te deixar ir, como se nada te prendesse, como se nada nos unisse, como se nada existisse.
e vais. nas costas levas o mundo inteiro, os sonhos que construíste. os que eu construí contigo. as ambições que crias cada dia, cada vez mais, que são grandes e pesadas, maiores do que as tuas mãos, enormes que nem a tua vida. grandes demais penso eu.
na alma não sei o que levas. não sei sequer se me levas. mas um dia gostava de descobrir.
eu fico, a ver-te partir. com um sorriso que finge e um nó na laringe. com uma esperança que não tens e que perco ao ver-te fugir. com o nosso futuro nas mãos, que se esvai ao olhar-te, ao ver-te ir.
e depois sei que te amo. sempre mais. sempre forte. como no primeiro dia. como da primeira vez.
porque quando voltas, o olhar distante, as conversas pesadas e os sonhos perdidos, gosto de me voltar a apaixonar. pelo teu lado escuro. o teu pensamento inseguro. e pela tua vontade de não regressar.
gosto de te descobrir sempre demais. sempre mais. sempre ainda mais.
como se fosses de pedra e eu te soubesse limar. como se fosses de gelo e eu te soubesse esgrimar.
gosto de te encontrar como se fosse a primeira vez. de te abraçar como se lá fora o mundo não existisse e por fim te abandonar, te deixar ir, como se nada te prendesse, como se nada nos unisse, como se nada existisse.
e vais. nas costas levas o mundo inteiro, os sonhos que construíste. os que eu construí contigo. as ambições que crias cada dia, cada vez mais, que são grandes e pesadas, maiores do que as tuas mãos, enormes que nem a tua vida. grandes demais penso eu.
na alma não sei o que levas. não sei sequer se me levas. mas um dia gostava de descobrir.
eu fico, a ver-te partir. com um sorriso que finge e um nó na laringe. com uma esperança que não tens e que perco ao ver-te fugir. com o nosso futuro nas mãos, que se esvai ao olhar-te, ao ver-te ir.
e depois sei que te amo. sempre mais. sempre forte. como no primeiro dia. como da primeira vez.
porque quando voltas, o olhar distante, as conversas pesadas e os sonhos perdidos, gosto de me voltar a apaixonar. pelo teu lado escuro. o teu pensamento inseguro. e pela tua vontade de não regressar.
terça-feira, setembro 25, 2012
Tenho em mim
Tenho em mim sonhos adormecidos, desejos esquecidos, anseios escondidos.
Tenho-os aqui perdidos, como pássaros desprendidos, como gritos não ouvidos e passeios destemidos.
Tenho em mim palavras não ditas, frases não escritas e tantas memórias não descritas.
Que às vezes penso que me engano, às vezes quase que esgano a vontade de as agarrar.
São sonhos que adio, são vidas que não crio, paixões que não deixo voar.
São partes de mim que mato aos bocados, que desfaço em pedaços e prefiro não lembrar.
De mim sobra uma réstea de ambição, uma memória de paixão, uma esperança no chão,
De mim sou só eu e elas, que atiro pelas janelas, na certeza de que jamais voltarão.
Tenho-os aqui perdidos, como pássaros desprendidos, como gritos não ouvidos e passeios destemidos.
Tenho em mim palavras não ditas, frases não escritas e tantas memórias não descritas.
Que às vezes penso que me engano, às vezes quase que esgano a vontade de as agarrar.
São sonhos que adio, são vidas que não crio, paixões que não deixo voar.
São partes de mim que mato aos bocados, que desfaço em pedaços e prefiro não lembrar.
De mim sobra uma réstea de ambição, uma memória de paixão, uma esperança no chão,
De mim sou só eu e elas, que atiro pelas janelas, na certeza de que jamais voltarão.
segunda-feira, julho 23, 2012
Não sei o que quero
Não sei o que quero. Mas sei que não quero estar aqui.
Não sei quem sou. Mas sei que não quero ser esta que me prende, que me anula, que faz de mim um coração duro e sofrido, de lembranças pequenas e sentidas. Longe de mim.
Não sei se quero sair. Mas sei que não quero ficar, não quero perder a cada dia que passa, não quero cair a cada palavra que faça, não quero morrer a cada voz que me extravasa.
Não sei se quero perder. Mas aqui não estou a ganhar, ausente da minha essência, perdida da minha aparência.
Não sei se quero partir ou ficar, se quero dormir ou levantar, se quero rir ou chorar. Não sei se quero.
Não sei o que quero. Mas sei que aqui não quero estar.
Não sei quem sou. Mas sei que não quero ser esta que me prende, que me anula, que faz de mim um coração duro e sofrido, de lembranças pequenas e sentidas. Longe de mim.
Não sei se quero sair. Mas sei que não quero ficar, não quero perder a cada dia que passa, não quero cair a cada palavra que faça, não quero morrer a cada voz que me extravasa.
Não sei se quero perder. Mas aqui não estou a ganhar, ausente da minha essência, perdida da minha aparência.
Não sei se quero partir ou ficar, se quero dormir ou levantar, se quero rir ou chorar. Não sei se quero.
Não sei o que quero. Mas sei que aqui não quero estar.
domingo, março 04, 2012
Chegou a hora
Chegou a hora de pôr fim e dizer adeus.
Sem olhar para trás, sem ter saudades e sem sequer pensar.
Sem sorrir, nem chorar.
Sem tremer ou sequer vacilar.
Chegou a hora de fazer a mala, desatar amarras e ir.
Ir, sem perguntar, e às vezes sem acreditar.
Mas ir.
Porque sonhei e quis, porque lutei e não fui feliz.
Porque acreditei sem nunca saber,
Mas também me dediquei sem nunca me temer.
Chegou, hoje, a hora de dizer adeus, e de nem sequer ponderar um até já.
De quebrar com quem não me mereceu, e de nem chorar por quem não me quis lá.
Vou, com o futuro nos olhos e a força nas mãos,
Vou, avançar barreiras e não temer os chãos,
Vou, como se ir fosse o único caminho,
E vencer o meu único e inevitável destino.
Até sempre,
AUDIÊNCIA.
(2007-2012)
Sem olhar para trás, sem ter saudades e sem sequer pensar.
Sem sorrir, nem chorar.
Sem tremer ou sequer vacilar.
Chegou a hora de fazer a mala, desatar amarras e ir.
Ir, sem perguntar, e às vezes sem acreditar.
Mas ir.
Porque sonhei e quis, porque lutei e não fui feliz.
Porque acreditei sem nunca saber,
Mas também me dediquei sem nunca me temer.
Chegou, hoje, a hora de dizer adeus, e de nem sequer ponderar um até já.
De quebrar com quem não me mereceu, e de nem chorar por quem não me quis lá.
Vou, com o futuro nos olhos e a força nas mãos,
Vou, avançar barreiras e não temer os chãos,
Vou, como se ir fosse o único caminho,
E vencer o meu único e inevitável destino.
Até sempre,
AUDIÊNCIA.
(2007-2012)
quarta-feira, janeiro 18, 2012
Enterro a tua memória
Enterro a tua memória sob a areia molhada e a relva verde.
Lembro-me de ti em nuvens de fumo ténue e às vezes ainda sorrio.
O bom que vivemos é, por vezes, o único sinal que te envio.
Mas, quando a recordação bate à porta e me diz que partiste
Reservo para mim a raiva eterna e assumo que fugiste.
Então enterro a tua memória sob a areia molhada e a relva verde.
Porque não gosto do passado nem daquilo que ele te fez
E não gosto do dia de hoje nem de tudo o que se desfez.
Se a tua memória vive e é conduta numa conversa
Então sinto sal na boca e fujo pela porta que deixaste aberta.
Peço-te que vivas no mundo que escolheram para ti
E que daí de cima guies o percurso que escolhi
Mas enquanto te nego e procuro sem te encontrar
Espero que fiques sempre no sítio onde resolvi te enterrar.
Então enterro a tua memória sob a areia molhada e a relva verde.
Desculpa, Avó. (18/01/2004)
Lembro-me de ti em nuvens de fumo ténue e às vezes ainda sorrio.
O bom que vivemos é, por vezes, o único sinal que te envio.
Mas, quando a recordação bate à porta e me diz que partiste
Reservo para mim a raiva eterna e assumo que fugiste.
Então enterro a tua memória sob a areia molhada e a relva verde.
Porque não gosto do passado nem daquilo que ele te fez
E não gosto do dia de hoje nem de tudo o que se desfez.
Se a tua memória vive e é conduta numa conversa
Então sinto sal na boca e fujo pela porta que deixaste aberta.
Peço-te que vivas no mundo que escolheram para ti
E que daí de cima guies o percurso que escolhi
Mas enquanto te nego e procuro sem te encontrar
Espero que fiques sempre no sítio onde resolvi te enterrar.
Então enterro a tua memória sob a areia molhada e a relva verde.
Desculpa, Avó. (18/01/2004)
segunda-feira, janeiro 16, 2012
Grito
Quero.
Tanto que me doem as forças de tanto o querer.
E luto.
Luto tanto que de mim foge o futuro, com medo de me ter.
Ambiciono.
E vou à procura como quem perde a alma na paisagem .
Sonho.
E quase me acredito de que a sorte não passa de uma miragem.
Então procuro.
E nada é tão forte que me faça perder da vontade de ganhar.
E vou longe, fundo, como só eu sei
Na ânsia desenfreada de o conseguir desvendar.
Porque sou forte, acredito
E peço, e rezo e suplico.
E porque sou nada
Espero, resigno-me e no fim...
Grito.
Tanto que me doem as forças de tanto o querer.
E luto.
Luto tanto que de mim foge o futuro, com medo de me ter.
Ambiciono.
E vou à procura como quem perde a alma na paisagem .
Sonho.
E quase me acredito de que a sorte não passa de uma miragem.
Então procuro.
E nada é tão forte que me faça perder da vontade de ganhar.
E vou longe, fundo, como só eu sei
Na ânsia desenfreada de o conseguir desvendar.
Porque sou forte, acredito
E peço, e rezo e suplico.
E porque sou nada
Espero, resigno-me e no fim...
Grito.