Há sonhos que nascem connosco, há outros que crescem ao longo da vida.
Foi um dia, quando os meus sábados de manhã ainda não eram perfeitos, quando juntava a minha voz a dezenas delas na Academia que me ensinou a amar a música, que o Cats entrou na minha vida.
"- Tenho uma nova música para vocês". As notas entoavam algo como "Oh, well, I never was there ever a cat so clever as magical Mr Mistoffeles..."
A primeira vez que assisti ao espectáculo foi pela TV, dias mais tarde, como se o destino me estivesse a apontar pistas para aquele que seria o mais fabuloso climax de música e dança a que alguma vez poderia assistir.
O sonho nasceu na utopia de o encontrar no West End (New London Theatre). A impossibilidade de o concretizar confirmar-me-ia o facto de ser apenas mais uma fantasia.
Mas, como sempre me ensinaram, quando Deus nos fecha uma porta, abre-nos algures uma janela. E a brisa chegaria no dia 14 de Setembro de 2006, ao Coliseu do Porto.
Foi um dia, quando os meus sábados de manhã ainda não eram perfeitos, quando juntava a minha voz a dezenas delas na Academia que me ensinou a amar a música, que o Cats entrou na minha vida.
"- Tenho uma nova música para vocês". As notas entoavam algo como "Oh, well, I never was there ever a cat so clever as magical Mr Mistoffeles..."
A primeira vez que assisti ao espectáculo foi pela TV, dias mais tarde, como se o destino me estivesse a apontar pistas para aquele que seria o mais fabuloso climax de música e dança a que alguma vez poderia assistir.
O sonho nasceu na utopia de o encontrar no West End (New London Theatre). A impossibilidade de o concretizar confirmar-me-ia o facto de ser apenas mais uma fantasia.
Mas, como sempre me ensinaram, quando Deus nos fecha uma porta, abre-nos algures uma janela. E a brisa chegaria no dia 14 de Setembro de 2006, ao Coliseu do Porto.
O camarote era só meu e aos primeiros acordes, os milhares de pessoas em redor deixaram de existir assim que me fundi naquela excentricidade de sons que dançavam diante mim. As vozes atiravam-se para o infinito, os corpos moviam-se num bailado encantador.
Vidas que, num processo de metamorfose belíssimo, personificavam o viver de uma comunidade de gatos vadios que se reunem todos os anos para eleger aquele que será elevado à divindade.
As minhas mãos batiam palmas freneticamente sem que pudesse controlar, a minha voz queria juntar-se à deles e o meu corpo bailar ao mesmo ritmo. A altura impediu-me de o fazer, mas foi incapaz de conter as lágrimas recatadas da emoção enclausurada durante tantos anos de sonho ardente.
Porque tudo o que custa a alcançar tem sempre um sabor especial...
O Cats foi a mais bela manifestação musical a que alguma vez assisti.
Um sonho tornado real.