Olho a janela e caem flocos leves e brancos como pedaços de algodão. No chão, são gotas frias de água, como chuva.
Pela primeira vez neva na minha terra e em quase todas as cidades do Norte do país.
Neva também na minha mente, regelando pedaços da minha imaginação esquecidos pelo tempo. Neva a incerteza, a dúvida, o medo do futuro. A ameaça da inércia, o temor das respostas negativas.
Por um lado, o descanso merecido. Por outro, as vozes que assombram e remontam àquilo que sou, àquilo que não sou e àquilo que não sei se algum dia virei a ser.
Sou feliz por receber, finalmente, um minuto de descanso. Triste porque o gelo que penetra a imaginação ameaça apoderar-se também do mais íntimo de mim. Daquilo que só guardo para dar aos outros. Tenho medo que a neve congele a minha essência, que se esqueça de regelar o medo.
Tenho medo, sim. Que me corrompa os pensamentos e a vontade de viver. A força de lutar e a coragem para enfrentar aquilo que não sei se algum dia virei a ser.
3 comentários:
oh doce cris,
Que nunca se congele o teu coração, a tua imaginação e as tuas mãos para que possa ler as tuas palavras.
E um dia vais ser tudo aquilo que queres ser.
Como tu me disseste: "Ainda é cedo para desanimar!"
Beijinho*
Sempre tive uma ilusão de que dias nevados são maravilhosos... deve ser porque nunca nem cheguei perto de ver neve ao vivo.
Enfim... parece que seus dias nevados são como os nublados que encontro aqui... a falta de sol nos tira as forças que já não tínhamos, e a qualquer coisinha estamos prestes a desfalecer.
Dizem que tudo na vida acontece por uma razão. Um dia, quem sabe, iremos descobrir essa razão. Enquanto isso não acontece, siga em frente. Não perca jamais a vontade de viver e de encontrar a felicidade.
Deus nunca nos dá um fardo maior do que conseguimos carregar ;)
Boa sorte!
:)
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