As minhas viagens de comboio testemunham histórias simplesmente fascinantes.
Pessoas que, tal como eu, sobrevivem a mais um dia igual a tantos outros, confrontam uma realidade criada por alguém que decide transformar o seu e o nosso dia em algo difícil de igualar.
Olho pela janela as imagens que se atropelam num turbilhão de pensamentos, os pormenores de uma beleza inigualável que se me escapam na velocidade incontornável dos carris serenos sobre os quais deslizo eu e todos os outros que agora são iguais a mim.
“ – Bom dia, boa tarde e boa noite. Escrevi o teu nome na água, coisa mais impossível não se vê, mas o teu nome é tão lindo que até na água se lê”.
Olho, estupefacta, tal como todos o fazem. O discurso prossegue numa série de versos decorados e declamados da mesma forma que o fazíamos na escola primária para as festas de Natal quando os apregoávamos de coração aberto aos olhares atentos dos nossos pais e professoras, enquanto os nossos colegas se divertiam a fazer tudo menos a prestar-nos atenção.
Hoje, também eu sou “colega” desse homem que decidiu tornar a minha viagem de sempre, um pouco especial.
Sim, também eu olhei para a janela, ignorando a sua actuação fascinante, o seu sorriso inocente e o seu andar trôpego. Fiz-me igual a todos os outros passageiros, entreolhando-se admirados, mas incapazes de soltar qualquer comentário.
Senti vontade de me levantar e de aplaudir sorrindo-lhe. Mas iria saltar à vista e tornei-me incapaz de, tal como ele, ter tentado fazer alguém feliz, neste dia igual a tantos outros.
Pessoas que, tal como eu, sobrevivem a mais um dia igual a tantos outros, confrontam uma realidade criada por alguém que decide transformar o seu e o nosso dia em algo difícil de igualar.
Olho pela janela as imagens que se atropelam num turbilhão de pensamentos, os pormenores de uma beleza inigualável que se me escapam na velocidade incontornável dos carris serenos sobre os quais deslizo eu e todos os outros que agora são iguais a mim.
“ – Bom dia, boa tarde e boa noite. Escrevi o teu nome na água, coisa mais impossível não se vê, mas o teu nome é tão lindo que até na água se lê”.
Olho, estupefacta, tal como todos o fazem. O discurso prossegue numa série de versos decorados e declamados da mesma forma que o fazíamos na escola primária para as festas de Natal quando os apregoávamos de coração aberto aos olhares atentos dos nossos pais e professoras, enquanto os nossos colegas se divertiam a fazer tudo menos a prestar-nos atenção.
Hoje, também eu sou “colega” desse homem que decidiu tornar a minha viagem de sempre, um pouco especial.
Sim, também eu olhei para a janela, ignorando a sua actuação fascinante, o seu sorriso inocente e o seu andar trôpego. Fiz-me igual a todos os outros passageiros, entreolhando-se admirados, mas incapazes de soltar qualquer comentário.
Senti vontade de me levantar e de aplaudir sorrindo-lhe. Mas iria saltar à vista e tornei-me incapaz de, tal como ele, ter tentado fazer alguém feliz, neste dia igual a tantos outros.
2 comentários:
Este post está simplesmente LINDO! Também sinto vontade de aplaudir aqueles que na monotonia do quotidiano têm a ousadia de quebrarem com as convenções, esses seres superiormente inteligentes e aos quais é posto um rótulo...um rótulo que os distancia dos outros, um rótulo que os torna infelizes, porque simplesmente a maior parte das pessoas não os compreendem. Não conseguem, nem vão nunca conseguir alacançar os seus mundos de utopia...
"Bom dia, Boa tarde e Boa noite" para esse ser magnífico que nos repele e nos faz sentir inveja da sua liberdade***
subscrevo tudo o que a nia diz. quebrar as convenções nesse sentido (não negativamente) é um motor de evolução para o mundo. bjx
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