Abro a janela...
Há um frio que me rasga com a força de um punhal
Há um arrepio, um gélido suspiro carnal
Lá fora, o vento sopra quente,
Há um bafo de verão
Cá dentro, bate calado e frio o meu coração
A vida desfila perante a escuridão dos olhos que não consigo ver
Os sorrisos que tive, os risos que sustive estão prestes a desaparecer
Há lágrimas e suor,
Saudades e recordações que se atropelam com ardor
O bom da vida aparece a preto e branco no filme que gravo ao longo do tempo
As imagens ressaltam o meu pensamento
Faz calor lá fora
Desejo que esta luz nunca se apague, este sol nunca pare de me aquecer os dias ternos
Almejo que estes tempos para mim sejam eternos
O tempo escurece, a lua aparece
O termómetro ainda esquenta a pele queimada e partida
O choque térmico dá-se agora,
Quando tudo dorme excepto o meu coração ferido,
O meu futuro sentido,
A ânsia de que nunca chegue.
Fecho a janela,
Faz frio no meu coração.
1 comentários:
Por vezes o frio apodera-se de nós...não conseguimos controlar a tristeza de deixar um passado risonho para enfrentar um futuro incerto e sisudo!Mas as recordações ficarão para sempre guardadas e um dia serão substituídas por outras!
Abre a janela e deixa entrar o calor que te rodeia, aquece-te com os últimos raios de luz.
Quando já nada restar desse calor, quando a saudade apertar e o frio dominar tudo à sua volta haverá sempre alguém para te amparar e aquecer, evitando o"choque térmico"*
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