sábado, dezembro 24, 2005

Feliz Natal

Para todos os que têm Fé:

Dá um duplo clique neste Natal!!!
Arrasta Jesus para o teu Directório principal
Guarda-o em todos os teus Arquivos pessoais
Selecciona-o como teu documento mestre.

Que Ele seja o modelo
para Formatar a tua vida:
justifica-o e alinha-o
à direita e à esquerda,
sem quebras na tua caminhada.

Que Jesus não seja apenas um Ícone,
um Acessório,
uma Ferramenta ou um Rodapé,
mas sim o Cabeçalho, o Caps Lock,
a Barra de Rolagem do teu caminhar.

Que Ele seja a Fonte da graça...
para o teu Ambiente de Trabalho,
o Paintbrush para colorir o teu sorriso,
a Configuração da tua simpatia,
a Nova Janela...
para Visualizar o Tamanho do teu amor,

Que Jesus seja o teu Painel de Controle...
para Cancelar os teus Recuos,
Compartilhar os teus Recursos e
Acessar o coração das tuas amizades.

Copia tudo o que é bom,
Delete todos os teus Erros.
Não deixes à Margem ninguém,
Abre as Bordas do teu coração,
Remove dele o Vírus do egoísmo.

Antes de Fechar,
coloca o "Amor" nos teus Favoritos
e o teu Natal...
será o Atalho da tua felicidade!
Clica agora em OK
para Actualizar os teus Conteúdos!


Feliz Natal a todos os que visitam o meu simples Blog!

sexta-feira, novembro 18, 2005

Eu pedi Forças


"Eu pedi forças

e Deus deu-me dificuldades

Para me fazer forte.

Eu pedi sabedoria

e Deus deu-me problemas

Para resolver

Eu pedi prosperidade

e Deus deu-me cérebro

E músculos para trabalhar.

Eu pedi coragem

e Deus deu-me pessoas

Com problemas para ajudar.

Eu pedi favores

e Deus deu-me oportunidades.

Eu não recebi nada do que pedi

mas recebi tudo o que precisava."

(Revista Xis, Público, setembro 2004)

Confronto-me com esta pequena oração todos aqueles longos dias em que chego a casa estafada e a primeira coisa que faço é deitar-me para recuperar forças.
Ela está ali, olha-me, e arranca sempre um pouco mais de mim, de onde nem eu própria sei.
Tem sempre algo de novo a dizer-me, mesmo que a leia compulsivamente, mesmo que me seja impossivel deixar de a olhar, mesmo que seja sempre a mesma e que se encontre sempre no mesmo sítio.
É admirável a forma mecânica com que tendo a lê-la mesmo sabendo que já a conheço de olhos fechados.
No entanto, talvez assim não seja...
Por isso penso que ela é mágica. Que ganha vida e comunica comigo numa linguagem muda que só eu e ela compreendemos.
Admirável como há tanta coisa assim na nossa vida e à qual raramente queremos validar a existência...

domingo, outubro 23, 2005

Música no Coração

Acaricio o marfim brilhante e penso em ti...

És divino quando te sentas e tocas esse ser ao qual consegues dar vida mesmo quando morrem todos quantos o escutam. Transformas-te e transformas-me a mim que te admiro e invejo o teu mais ínfimo movimento.
És o coração que bate ao ritmo do metrónomo que não quer parar. És a nota solta que foge da partitura que só tu sabes amar. És a clave de sol que dá vida a cada colcheia que escapa dos teus dedos e repousa, enfim, no coração daqueles que se deixam tocar.
Admiro a forma como amas o timbre cruel da pauta que possuis e dás a possuir ao ouvido atento, ao coração que se deixa invadir por esse som que só tu és capaz de produzir.
Passaste até hoje ao lado do meu olhar e do meu coração. Mas sei que vivias recatado num canto que agora é só teu.
Agora sei que tens tanto para me dar, tanta melodia para me oferecer, tantas almas para fazer chorar, tantos corações para ajudar a bater...
Agora sei que irei perder se partires, mas prometo-te a ti e a mim própria que darei todo o meu coração para ser capaz de fazer uma parte daquilo que só tu sabes.
Oxalá o teu metrónomo não deixe nunca de acompanhar o tempo desta Sonata que a todos nós dá vida.
Que Deus te ajude e te dê forças para não partires e deitares por terra esse dom que eu almejava possuir: a Música no meu Coração.

sábado, outubro 01, 2005

Escrevo...

Mesmo que a minha escrita seja muda, os teus olhos cegos demais para a receberem e o teu coração incapaz de a apreender.
Escrevo porque amo a escrita, porque me proporciona essa evasão que anseio quando abro a janela e estendo as minhas pequenas asas à procura do voo...
Escrevo, mesmo que a tristeza de que quase ninguém a leia seja mais forte do que as minhas forças.
Sobra-me, enfim, uma réstea de esperança...
Hei-de escrever até que a vida me cale o coração.
É triste escrever no vazio. Mas mais triste é a dor de não ter força para o fazer...

quarta-feira, setembro 21, 2005

Falta


É uma parte de mim que ficou longe. É a certeza da distância que tende a aumentar à medida que os dias correm e se atropelam numa amalgama de horas.
Falta-me o ter-te aqui. Saber que te tenho depois de um dia estenuante. Falta-me a tua mão amiga, o teu beijo antes de dormir. Sinto que perco mesmo aquilo que tanto odeio e mesmo assim sinto falta.
Falta dos minutos de monotonia, que logo se compunham por algo que há para fazer. Falta da tua companhia, que me preenche e completa os dias vazios. Falta até das palavras menos boas, das discussões consentidas à hora do jantar. Discussões produtivas porque tu estavas lá. A refeição deixou de ser deliciosa porque me falta a voz que me obriga a alimentar, a mão que me serve, o corpo que me acompanha.
Falta-me a liberdade de fazer o que quero, o que me traz felicidade e não aquilo que sou obrigada a fazer por força das circunstâncias, para evitar a solidão e a tristeza de me sentir só. Falta-me o ser eu própria. Eu ao meu melhor. Eu ao meu mais alto nível. Desconheço aquilo que sou. Estranho-me. Não sei viver assim.
Falta-me a essência de mim. Perco-me na solidão de dias que jamais voltarão. Ou talvez voltem. Mas apenas quando esta falta deixar de me corroer. Ou então quando eu encontrar na monotnia do meu espaço, um lugar sereno onde a possa alojar e aprender a viver com a dor da sua existência.

domingo, setembro 04, 2005

Momentos


A vida é feita de momentos e é a soma de momentos perfeitos que nos emprestam o sabor da eternidade e é por isso que a amizade é o mais belo dos sentimentos, porque é o amor sem crédito nem débito, porque nem pensamos antes de falar, porque sabemos que, digamos o que dissermos, o outro que és tu e que sou eu vai perceber e aceitar tudo.
Margarida Rebelo Pinto



Disseste-me um dia que são os pormenores que fazem os momentos e eu engoli as tuas palavras, sorridente por ter sido dona daquele instante em que cantei para ti a música do Pedro, que hoje me empurra de volta ao passado, para junto de ti.
Se calhar tornei-me pouco sensível aos suspiros de frases alheias que se tornaram próprias de cada um quando se identificam com elas. Se calhar a vida incentivou-me a curvar o pescoço e a colar os olhos no chão, onde o meu campo de visão não se estende para além do meu próprio umbigo. Se calhar transformei-me em algo que nunca fui, por razões que nunca existiram e às tantas nunca deixarão de me assombrar.
Por isso, naquele dia devia ter-te dado mais atenção, devia ter meditado e não me ter limitado a engolir as tuas palavras. Se o tivesse feito, não estaria agora tão surpresa por ter concebido a mim própria o melhor momento da semana quando ontem ouvi a tua voz, e os melhores momentos da minha vida cada vez que me dás a mão, me abraças, me segredas ao ouvido nas tuas expressões angelicais, exactamente aquilo que preciso de ouvir para o meu coração acordar de vez, estremecer e me dar razões para ter a certeza de que afinal ainda vive e eu não me limito a vegetar.
Foi isso que me fizeste: colocaste um semáforo encarnado na minha existência vegetal, monótona e estática, para reacenderes o verde, a esperança de que talvez esses momentos se pudessem repetir no dia seguinte, e no outro, e no outro...
Porque tu foste o pormenor que transformou a minha vida num momento que se irá prolongar eternamente.

sábado, agosto 20, 2005

Sopro de Saudade





É unicamente quando o mar ou a terra nos separam daquilo que consideramos, efectivamente, importante que nos apercebemos do que realmente significam para nós.

És cruel. Surges quando sabes que não posso evitar-te. Mas és ao mesmo tempo cobarde porque não vens só. Revestes-te de uma espécie de camada rígida e trazes contigo um turbilhão de sentimentos e emoções que se elevam ao quadrado a cada minuto que passa.

Longe, tudo se torna inalcançável. A certeza transforma-se na nossa mais temível dúvida e aquilo que considerávamos real perde todo e qualquer contorno que se possa considerar verdadeiro.

Os sentimentos alcançam proporções desmedidas. As dúvidas desfazem-se quando até precisavamos que existissem para que pudessemos pensar nelas de cabeça fria. As certezas perdem as suas raízes e começamos a valorizar aquilo que deixamos para trás e ao qual não davamos qualquer importância.

Apercebemo-nos de que a nossa existência só dá fruto quando em contacto com as nossas verdadeiras raízes. Raízes essas que nos recusamos a regar quando possuímos capacidades para tal. Mas agora que o vento nos empurrou de encontro a uma realidade que não conhecemos, que teremos que lutar para a descobrir, lamentamos esse afastamento cruel, essa desconexão dura que acabará por nos ensinar a viver.

Saudade que vens com a maresia que penetra o meu olfacto, que me surges na noite mais escura e que me obrigas a desejar nunca ter saído de onde realmente pertenço.

Quero matar-te sem encontrar arma com a qual o fazer.

Submeto-me, então, a ti e por entre lágrimas e frustrações lamento o teres aparecido na minha vida quando menos precisava, amaldiçoo a tua existência e almejo o dia em que o sol brilhará só para mim, sem a sofreguidão do teu sopro.

segunda-feira, agosto 15, 2005

Heróis


Há quem diga que só existem nas mentes que vivem obcecadas por personagens de Bandas Desenhadas ou programas animados de infância.
Há quem creia que só nos movem quando somos crianças, quando temos necessidade de procurar algum encantamento na vida e quando somos demasiado inocentes para acreditar que existem presenças superiores que lutam e que vencem sempre, que sobrevivem a ataques armados, que roubam dos ricos para dar aos pobres e que conseguem voar em tapetes encantados...
Heróis existem, mas somos nós que lhes damos vida. Compramos as suas aventuras, animamos a sua existência. Na verdade, eles só são realmente reais porque nós cremos neles.
Há dias pensava se alguma vez acreditei em heróis. E a verdade é que não me recordo de qualquer ser capaz de tomar por inteiro a minha imaginação, de desdenhar ser como alguma princesa de um reino encantado e poder encontrar algures um príncipe que lutasse por mim, que me resgatasse no seu tapete mágico, que viesse sob a forma de morcego para me raptar na noite...
Foi então que tomei consciência de que os heróis existem, não apenas na nossa infância, mas por toda a nossa vida.
Os psicólogos infantis poderão afirmar que essa obessão ocorre unicamente durante uma fase do nosso desenvolvimento. Mas se realmente assim for, talvez eu ainda não tenha evoluído o suficiente. A fase dos "Pais Heróis" não passou nem passará jamais.
Se existe alguém no mundo que merece toda a minha admiração, esse alguém é aquele responsável por me ter dado a vida.
Admiro-os com todo o meu ser, almejo no futuro alcançar toda a felicidade que os seus sorrisos espalmam, possuir essa beleza que ultrapassa o aceitável, essa atenção que acaba sempre por vir mesmo após um dia de trabalho estenuante, de problemas que assombram os seus dias.
Se me perguntarem se existem heróis na minha vida, eu direi com toda a certeza que sim. E que possuem todas as capacidades que aqueles que vivem nos livros de Bandas Desenhadas ou nos DVDs de filmes animados. A única diferença é que estes são reais.
Vivem aqui, bem dentro da minha vida e do meu coração.
Um grande beijinho aos meus pais que adoro e que cada vez admiro mais.

quinta-feira, julho 14, 2005

Enfim...

Após quase dez meses de luta pela mesma causa, eis-nos chegados ao final de mais um ano.
É verdade que para muitos o ano ainda não terminou, mas resta pouco mais de uma semana para que esse final se imponha. Estamos exaustos de estudar por algo que nem nós próprios acreditamos que iremos alcançar.
Mas a verdade é que o ano foi-se arrastando e só nos lembramos de que nos deslocamos de nossa casa para outra cidade para estudar, quando nos encontramos, efectivamente, de pés e cabeça enfiados na época de exames.
Este pensamento pseudo-optimista surge-me, naturalmente, porque penso já estar livre de todo e qualquer exame, mas deixo aqui a minha pequena força para todos aqueles que ainda esperam mais algum desafio repetido.
*-*-*-*-*
Balanço geral. Esta é a época ideal para balançar um ano que passou num abrir e fechar de olhos. Fácil? De todo que não. Independência forçada, crescimento por obrigação. Tive que aprender a ser alguém que talvez nunca quis ter que ser. Deixar para trás tudo e todos aqueles que davam (e continuam a dar) sentido à minha vida. Deixar colado a eles um sentimento de pertença absoluta, uma dor de partida, uma união eterna que, de repente, parece querer esvair-se.
Mas agora que olho em volta, que curvo o meu olhar no sentido de um passado que não volta mais, sinto que não sou mais aquela que fui. Lágrimas que me quebravam a todo o instante, solidão que preenchia os meus finais de dia. Dor de querer ter-te por perto e não te encontrar senão cá dentro, onde sempre viveste. Saber que existes, mas que não estás aqui. Saber que te tenho, mas não te poder tocar. Saber que as tuas palavras surgiam no momento em que mais precisava, e mesmo que não surgissem, os teus braços afagavam-me a dor que só tu sabias expulsar.
Agradeço, enfim, o permaneceres aqui mesmo que este ano nos tenha ensinado a viver longe, mas sempre no nosso mundo. Mesmo que este ano me tenha obrigado a viver distante de ti, sei que aí estás. E se não foi ele capaz de te levar de mim, nada mais será capaz de nos separar.
Ganhei muito nesta minha viagem em busca de um sonho. Conheci corações que se abriram no sentido do meu, que procuravam o mesmo que eu. E estou certa que nunca os perderei, porque sei que estes são verdadeiramente MEUS.
Faço, enfim, um balanço positivo, mesmo que não tenha sido fácil soltar as amarras que me prendiam ao meu espaço, àqueles que preenchiam o meu mundo. Este salto ensinou-me a crer mais em mim própria e a convencer-me de que talvez nem tudo seja, de facto, um mar de rosas. Mas a vida dá-nos sempre mais do que aquilo que nos tira...
Desejo umas óptimas férias a todos aqueles que visitam o meu simples Blog, e boa sorte para os que ainda esperam pela época de recurso.

segunda-feira, julho 04, 2005

Come What May

Never knew I could feel like this
Like I've never seen the sky before
I want to vanish inside your kiss
Every day i'm loving you more than this
Listen to my heart, can you hear it sings
Telling me to give you everything
Seasons may change, winter to spring
But I love you until the end of time
Come what may
Come what may
I will love you until my dying day
Suddenly the world seems such a perfect place
Suddenly it moves with such a perfect grace
Suddenly my life doesn't seem such a waste
It all revolves around you
And there's no mountain too high
No river too wide
Sing out this song I'll be there by your side
Storm clouds may gather
And stars may collide
But I love you until the end of time

Quem bem me conhece já devia ter estranhado ainda não ter postado em memória daquele filme que deu e continua a dar sentido à minha existência.

domingo, junho 19, 2005

Ao meu Amor

Escrito em Denia, 23 de Agosto de 2003

Escreve assim a Margarida Rebelo Pinto naquele livro que devorei em dois ou três dias: "São sempre infinitas as formas que encontramos para ficar mais perto daqueles que amamos".
Na verdade, dou muitas vezes por mim submersa no mar da imaginação, nesse onde não há ondas, nem rochas, nem algas, nem marés vivas; nesse onde te invento e te vejo sempre, a correr em direcção a ele...
Nesse mar, onde a água se encontra sempre à temperatura natural dos nossos corpos, onde, estejas a que altura estiveres, vês sempre o fundo, mergulhado na transparência cristalina da perfeição, vivemos só nós, eu e tu, num sossego que desafia o perfeito.
E aí somos felizes, à nossa maneira, que ainda não conseguimos decifrar qual é.
Por isso é que te digo todos os dias, que apesar da distância que nos separa, há um lugar algures no vácuo da minha alma, onde temos encontro marcado a todos os segundos do dia.
É também por isso que estou sempre sem estar, sempre presente estando ausente, porque ainda não cheguei ao ponto da omnipresência de maneira a poder estar, efectivamente, de corpo e alma, aqui e aí.
Há muito tempo que me convenci de que nunca mais faria planos, porque não os podemos fazer! Não depende em nada de nós o que vai acontecer amanhã e quanto mais alto subirmos, maior será o tombo. "O voo é inseparável da queda, tal como a luz da sombra e o sonho da realidade."
Mas mesmo assim, gosto de mergulhar todos os dias de cabeça nesse mar, mesmo sabendo que pode vir uma tempestade.
Sempre fui assim, destemida no mar. Sempre fui uma sonhadora nata, adorava imaginar uma vida perfeita que afinal nunca cheguei a ter. E depois de tantas quedas, as minhas asas não resistiram e perdia-as para sempre, bem como a força para as recuperar.
Até que apareceste tu. Trazias-me os olhos brilhantes e o sorriso lindo como sempre. Ofereceste-me umas novas asas, desta vez mais fortes que me dão a segurança necessária. E uma coisa te garanto, se nunca mas voltares a tirar, nunca mais me apanhas no chão! Vou querer voar e voar, sempre cada vez mais alto, porque tu devolveste o sentido ao sonho e é aí que quero viver sempre, para nunca mais acordar.
Sabes, meu amor, se não há distância que separe o nosso coração, muito menos haverá distância que separe o mar do céu, que não passa de um reflexo deste, tal como o meu coração é espelho do teu.

sexta-feira, junho 10, 2005

Obrigada

Às meninas do meu grupo de Técnicas de Expressão.

Foi medo, terror, horror, que se esvairam nesse momento em que os meus passos pisaram esse chão, os meus dedos tocaram a alvura dessas teclas, a minha voz se fez ouvir na imensidão desse espaço povoado por olhares e mentes que se encontravam tão receptivas quanto eu insegura.
Foi paz, sossego, enfim...
Foi partilha, doação a esses corações que se abriram no sentido do meu, que compartilharam comigo horas de árduo esforço, de tormento, de desânimo, de desespero.
Sentimentos, porém, que culminaram no extremo de uma calorosa ovação, de sinceros sorrisos e congratulações que foram honestas ao ponto de não encontrar palavra digna de agradecimento.
Sei que agradecer é pouco para demonstrar o quanto me sinto grata pelo sucesso deste projecto no qual acreditei e desacreditei simultaneamente.
Mas não me surge outra palavra senão um imenso OBRIGADO, para vos dizer que me fizeram crer que vale a pena lutar, mesmo que as nossas forças sejam poucas e a nossa crença infundamentada.
Adorei os momentos que passamos, as ideias que trocamos, os sorrisos que partilhamos e também o ânimo que carregamos umas nas outras para seguir em frente neste projecto.
Agradeço, enfim, o terem formado comigo este grupo que jamais teria sucesso sem um pouco de vós.
E nunca é demais, deixar também uma palavra de apreço, a todos aqueles que mais ou menos directamente também contribuiram para aumentar aquela quase inexistente confiança que existe dentro do meu ser.
Ajudaram-me todos, de uma forma ou de outra, a superar um pouco mais, essa falta de crença em mim própria, essa falta de orgulho que jamais pensei ser capaz de me surpreender.
Foi uma experiência extremamente gratificante. Embora o palco não fosse estranho para mim, desta vez teve um sabor diferente, porque o partilhei com mais alguém e senti nele as energias dos corações que batiam ao mesmo ritmo que o meu.
A todas vocês, um enorme obrigada. Sem vós, jamais teria sido capaz.

sábado, junho 04, 2005

Força

A monotonia dos dias por vezes é tal que nos leva a pensar que termo havemos de escolher para qualificar a nossa vida. Pedimos algo de diferente, mas os dias continuam a repetir-se em passos inseguros mas sempre iguais.
Passam-se meses que se vêem ao espelho; dias que não fazem nada senão igualarem-se; horas que se deixam cair gota a gota qual temporizador preguiçoso.
Deixam-nos cair na inércia, na preguicite de momentos que elevamos ao extremo da vulgaridade.
Porém, é quando menos esperamos que o tempo nos dá motivos para amar esses dias.
Quando estamos sós, quando parece que todo o mundo se esquece de que existimos e quando até a nossa própria vida não cessa de nos fazer correr em busca de algo que nem nós próprios sabemos bem o quê.
Talvez tudo isto seja demasiado abstracto, mas seria demasiado íntimo se o conseguisse concretizar.
Estou farta, cansada e só...
Rodeada de todos, rodeada por mim, cheia de horizontes, preenchida por caminhos.
Mas falta-me a força para seguir em frente, para não desfalecer, para enfrentar o duro caminho que me espera.
Quero encontrá-la, carregá-la e, por fim, dispará-la contra esse alvo que almejo alcançar num tempo que para mim é eterno.


segunda-feira, maio 30, 2005

Minha Vida

Tempo que corres nos meus dias, com a velocidade ciclónica de um vento que me bate tremendamente...
Porque passas, porque voas e me convences de que não irás voltar?
Voas sim, sombreando de cinzento os dias que outrora foram hoje. Não passas, porém, de uma lembrança. Não deixas, senão, uma leve brisa que me faz crer certamente que tudo aconteceu num passado que não voltará mais.
Sim, tudo tem um fim. Mas porque vem esse terminus tão drasticamente?

Hoje, aqui sentada com os olhos postos no passado, penso no quanto a minha vida me obrigou a mudar. Não foram mais do que escassos meses que agora são para mim o fio da eternidade, a essência daquilo que hoje sou.

Vida que me mudaste, me educaste qual criança desaprendida. Contigo tornei-me grande na minha pequenez; preenchida na minha solidão; feliz na minha tristeza, enfim...
Ensinaste-me a ver que o tempo não gira unicamente em volta dos outros, que os dias não têm necessariamente que ser todos iguais e que, um dia, essa monotonia de que sempre nos queixamos, acaba por tornar-se nostálgica, fruto de um tempo no qual daríamos tudo para reviver.
Hoje olho em volta e não sou mais aquela que fui. Os outros jamais serão aquilo que foram. São mais. Mais tudo. Mais meus. E daí surgir a minha força para os preservar sempre e cada vez mais...
Ajudaste-me a crer que sou forte para seguir em frente quando as minhas garras se desvanecem; a encontrar nas pequenas coisas da vida, enormes bens aos quais me vejo forçada a agarrar. Ensinaste-me a querer ser feliz longe daqueles no qual pensei ver a minha única fonte de felicidade.
Agradeço-te, enfim a ti, minha vida, que sempre aí estiveste para mim, fazendo-me crer que nada do que foi será mais alguma vez. Mas que o amanhã é tudo aquilo que posso desejar e que, onde quer que caia, estarás sempre aí para me amparar.

quinta-feira, maio 26, 2005

Nostalgia

Tempo que passou e não volta mais...
Nostalgia? Talvez...
Sentimento de ex-pertença de valores inadquiridos, fugidos, roubados, arrancados, despedaços...
Bens jamais recuperados.
Dores, lágrimas, sofrimento é tudo o que hoje me resta.
Saudade de um tempo que jamais serei capaz de recuperar. Lágrimas que choram momentos perdidos, de sorrisos arrancados ao vento, de gargalhadas perdidas no infinito. Alegres momentos que se perdem no fosso profundo de um presente que quero que passe, na esperança de um futuro que não tenha ocaso e que reflicta fielmente esse tempo que alguém roubou de mim.
Quem o roubou? Quem fui eu ao deixar que me arrancassem com tal raiva esses diamantes que trazia ao peito?
Diamantes sim, caídos bem junto ao coração. Valores que deixei que partissem, que fui incapaz de arrecadar.
Pedir que voltem é humilhação demais para o meu orgulho. Humilhação, porém, que ultrapassei em momentos de desespero.
Mas a maior tristeza é não obter resposta. Pedir que regressem ao meu coração, desalojado enfim. Lugar jamais ocupado por outrém. Recordações alimentadas unicamente pela certeza de um passado que foi...
O perdão existe. É um dogma que o Homem actual é incapaz de aceitar, transformado pela frieza daqueles que não sabem como a ele chegar.
Fico, enfim, preenchida na minha solidão na esperança de que regressem aqui, onde sempre viveram...

sábado, maio 21, 2005

Sonata ao Luar

Bem, fiquei seriamente surpreendida quando, ao acordar, me invadiu uma súbita vontade de me dedicar um pouco mais ao meu novo blog, ainda que não haja nada nele que me possa incentivar a prestar-lhe o meu valioso tempo. No entanto, também estou certa de que praticamente não houve oportunidade para que ele pudesse ser divulgado. Por isso, mantenho-me confiante de que a curto prazo comecem a cair comentários oriundos das mais variadissimas origens.
Ora, poderia começar por responder à questão: «Quem sou eu?», mas não me parece que alguém esteja interessado em ouvir a resposta, ou no caso de me encontrar enganada, deixo imediatamente aqui o link para o site das cabrinhas, cujo post de seu nome "Cris" acabará por dar resposta a essa utópica questão: www.photoblog.be/somos_as_cabras.
Pensei, pois, em explicitar o porquê do título «Sonata ao Luar».
Para aqueles raros leitores que desconheçam a expressão, eu dedicar-me-ei a uma breve explicação. Ora, Sonata ao Luar é o nome de uma belíssima obra de L.W.Beethoven. E, para quem não saiba, eu dediquei uns longos 11 anos da minha curta existência à música. Nesse sentido, é fácil depreender que desde cedo a música ocupou um espaço muito reservado na minha vida. Não apenas a música que nos chega aos ouvidos das mais variadíssimas formas, mas especialmente aquela música que me tocava especialmente por ser eu a produzi-la. Quem já o experienciou é testemunha do quão emocionante é deixarmo-nos invadir por algo tão belo que nos transcende precisamente por ser fruto do nosso próprio esforço e dedicação.
O tempo foi e é, cada vez mais, escasso. Mas agradeço ter sempre sido capaz de conciliar todas as minhas ocupações no sentido de hoje me sentir enriquecida por esse fenómeno tão belo.
Amo a música da mesma forma que amo tudo e todos aqueles que deixei que entrassem na minha vida. E quero mantê-la sempre, da mesma forma que nunca quero perder aqueles de quem gosto.

sexta-feira, maio 20, 2005

O primeiro de muitos

Surgiu-me este desejo de iniciar uma carreira "bloguística" a solo.
Porquê "Pedaço de Lua"?
Poderia ter escolhido qualquer outro nome, mas pareceu-me ser este aquele que mais se identifica com aquilo que me fascina. É verdade, tenho um delírio especial pela lua e pela distância que entre mim e ela se estende. A distância foi sempre algo com que nunca fui capaz de lidar (mas estou certa de que este será um assunto a desenvolver brevemente num próximo post) e desde criança me fazia bastante confusão a altura a que a Lua se encontrava de mim. Por isso me vi muitas vezes confrontada com a minha mãe a questionar-lhe o porquê da cadela Laika não ter vertigens e o porquê da lua se deslocar no mesmo sentido que eu, quando corria pela praia com os olhos postos nela.
Estou ainda um pouco perdida e sem qualquer noção daquilo que irei fazer deste pequeno espaço. Acreditem, todos vocês que me lêem, que se escrevo é porque não sou capaz de falar. Não no sentido denotativo da palavra. Mas quero dizer que se criei este cantinho para mim, é porque mais nenhum outro seria capaz de confortar as palavras que ao longo dos tempos irei aqui proferindo. Apenas escrevo aquilo que jamais conseguirei dizer e como a minha segunda paixão é e será sempre a escrita, confio piamente na segurança deste espaço e estou certa de que quem o visitar guardará igualmente num lugar reservado, estes meus pequenos desabafos.
Obrigado por visitarem. Comentem. E espero que gostem.
Cris